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AGOSTO LILÁS

MÊS DE CONSCIENTIZAÇÃO PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHER







Agosto é o oitavo mês do ano e é dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher através da campanha AGOSTO LILÁS, que busca chamar a atenção da sociedade para o tema. A campanha foi criada em referência à Lei Maria da Penha, que em 2023 completa 17 anos, e surgiu para amparar mulheres vítimas de vários tipos de violência como física, sexual, psicológica, moral e patrimonial.


Desta forma o AGOSTO LILÁS surgiu da necessidade de se conscientizar as pessoas pelo FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER.




O nome foi escolhido em homenagem á farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, que sofreu agressões do ex-marido por 23 anos e ficou paraplégica após uma tentativa de assassinato. O julgamento deste caso demorou justamente pelo fato de não haver uma legislação que tratasse sobre os crimes cometidos contra a mulher.


Com a promulgação da referida Lei, temos como crime de violência doméstica e familiar contra a mulher:

(… )qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.”

Um balanço divulgado em 2018 pelo Ministério dos Direitos Humanos (MDH), mostra que por meio do Ligue 180, canal para denúncias de violência contra a mulher, recebeu 72.839 notificações apenas no primeiro semestre daquele ano. A violência física foi o crime mais registrado no período, com 34 mil casos, seguida da violência psicológica, com 24.378, e da violência sexual, correspondendo a 5.978 casos.


Com o surgimento da COVID-19 e a necessidade de isolamento e distanciamento social, em 2020 após nova pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública uma em cada quatro mulheres sofreu algum tipo de agressão durante a pandemia, seja ela verbal, sexual ou física. Ao todo, são 17 milhões de mulheres agredidas entre junho de 2020 e maio de 2021, ou 24,4% do total.


Segundo a diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, destacou, entre outros pontos, que as consequências econômicas da pandemia podem ter agravado a violência contra as mulheres, uma vez que o desemprego e a falta de recursos financeiros podem ter levado muitas a optar por continuarem vivendo com seus agressores.



Samira Bueno também apontou efeitos futuros dessa violência que, acredita, ainda embasarão outros debates. “Desses 17 milhões de mulheres que sofreram violência, 60% tinham filhos. A gente não tem ainda muita clareza de qual é o impacto, que é o efeito da violência doméstica intrafamiliar na vida de crianças, que é algo que a gente ainda não consegue mensurar, em especial com as escolas fechadas por conta da pandemia, com todas as recomendações sanitárias”, afirmou.



Após comparação com os dados da pesquisa do Datafolha (2019), podemos verificar que há aumento do número de agressões dentro de casa, que passaram de 42% para 48,8%. Além disso, diminuíram as agressões na rua, que passaram de 29% para 19%. E cresceu a participação de companheiros, namorados e ex-parceiros nas agressões.






Trazendo para os dias atuais a tabela abaixo nos mostra que o grau de violência que atinge as brasileiras pós pandemia, piorou em 2022. De acordo com a última pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Datafolha estima que cerca de 18,6 milhões de mulheres foram vitimadas em 2022 e revela que todas as formas de violência contra elas aumentaram no ano passado.


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O relatório aponta que neste ano 28,9% das mulheres disseram ter sido vítima de algum tipo de violência ou agressão, a maior prevalência já verificada na série histórica. Quando comparado com a pesquisa feita em 2021, chega-se a um aumento de 4,5 pontos percentuais, o que revela um sensível agravamento do quadro.


Na busca de reduzir essa triste estatística, o Tribunal de Justiça de São Paulo conta com a COMESP (Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica do Judiciário do Estado de São Paulo), que atua em diferentes frentes no combate e na prevenção da violência contra a mulher.


E para proteger as mulheres vítimas de violência de gênero, algumas ferramentas são importantes, como as medidas protetivas. Elas são ordens judiciais que obrigam o agressor a se afastar da vítima e do lar; que possibilitam a busca e apreensão de arma de fogo com proibição de porte e posse; que asseguram a subsistência da vítima; que regulamentam visitas aos filhos e também tratam da parte patrimonial.


No Estado de São Paulo o número de medidas protetivas expedidas pelo Poder Judiciário, entre janeiro de 2018 a dezembro de 2022, saltou de 30 mil para 74 mil. Para a magistrada, a elevação nos dados demonstra dois fatores distintos – que há aumento de violência e que as mulheres estão mais informadas sobre como e onde buscar ajuda.


Acredito que a informação tem trazido mais conhecimento para a população e com isso as pessoas acabam sabendo mais sobre os mecanismos para se proteger desse tipo de violência. Mas, por outro lado, também houve um aumento da violência e a pandemia causada pela Covid-19 trouxe algumas situações específicas de aumento da vulnerabilidade que acabou refletindo nessa elevação desses índices”, é o que explica a juíza e coordenadora da COMESP, Teresa Cristina Cabral.




Como DENUNCIAR um caso de violência doméstica??

A denúncia de violência contra a mulher pode ser feita em delegacias e órgãos especializados, onde a vítima procura amparo e proteção.


O Governo Federal disponibiliza os meios abaixo:

  1. Disque 100

  2. Ligue 180

  3. Mensagem pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008

  4. Telegram, no canal “Direitoshumanosbrasilbot”

  5. Site da Ouvidoria do Ministério

  6. Aplicativo “Direitos Humanos Brasil” (para iOS e Android)


O Disque Direitos Humanos – Disque 100 é um serviço disseminação de informações sobre direitos de grupos vulneráveis e de denúncias de violações de direitos humanos.

O serviço pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos e atende graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes e possibilitando o flagrante.


O Ligue 180, central de atendimento à mulher, funciona 24 horas por dia, é gratuito e confidencial. O canal recebe as denúncias e esclarece dúvidas sobre os diferentes tipos de violência aos quais as mulheres estão sujeitas.

As manifestações também são recebidas por e-mail, no endereço ligue180@spm.gov.br.




Casos de ameaça também podem ser denunciados?

Dados do Ligue 180 mostram que, além da física, a violência psicológica é uma das mais frequentes. Mesmo quando não há a agressão propriamente dita, as ameaças já caracterizam crime (art. 147, Código Penal). Também nesses casos, as mulheres podem procurar o atendimento telefônico para realizar as denúncias ou buscar informações acerca dos seus direitos e da legislação aplicável.

Mesmo se a vítima não registrar ocorrência, vizinhos, amigos, parentes ou desconhecidos também podem utilizar o Ligue 180 ou ir a uma delegacia para denunciar uma agressão que tenham presenciado. O autor da denúncia pode ser ainda o Ministério Público.


Após mudanças recentes na Lei, a investigação não pode mais ser interrompida, ainda que a vítima desista da ação.



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